sexta-feira, 29 de maio de 2009

REFLEXÕES SOBRE A AVALIAÇÃO FORMATIVA


Discussões sobre a avaliação no meio educacional são constantes e revelam opiniões e posicionamentos diversos. A avaliação formativa aparece com uma proposta bastante inovadora, tendo em vista, que somos produto de uma avaliação tipicamente tradicional, pautada na meritocracia e nos nossos desempenhos (notas) em provas e testes.
Como educadora e como estudante de Pedagogia acredito muito na avaliação formativa, que favorece o desenvolvimento global do aluno, uma vez que não se detém a apenas um aspecto do mesmo, mas em vários que se apresentam no decorrer do processo ensino-aprendizagem.
No texto "Construindo o Portfólio Eletrônico", de autoria do professor Ivanildo Amaro de Araújo, discutido em uma de nossas primeiras aulas, a questão da avaliação formativa é abordada com destaque. A avaliação formativa, que deve ser vivenciada em nosso processo de formação para refletir futuramente em nossa atuação como educadores, privilegia o desenvolvimento dos aspectos qualitativos do aluno, que deve ocorrer de forma contínua, não se constituindo num momento estanque do processo de avaliação. A avaliação formativa deve se dar no sentido de auxiliar os alunos a superarem possíveis dificuldades decorrentes do processo de construção do conhecimento, favorecendo e ampliando o mesmo.
A avaliação é necessária para que o próprio professor avalie se os objetivos estão sendo alcançados e em que medida, e a partir daí possa continuar organizando suas intenções em determinado assunto e redefiní-las se preciso for.
A avaliação formativa é pautada em três momentos fundamentais:
  1. o diagnóstico, ou seja, a coleta de dados, para que o professor tome ciência dos conhecimentos que os alunos já possuem e ainda da realidade dos mesmos.
  2. a análise criteriosa das informações coletadas nesse primeiro momento, a fim de organizar o trabalho para atender às possíveis dificuldades dos alunos;
  3. a adaptação das atividades para contemplar as necessidades dos alunos tendo em vista aspectos positivos no processo ensino-aprendizagem.
Diante da vivência de uma avaliação formativa na disciplina de Tendências Atuais do Ensino de Língua Portuguesa I, nos foi proposta a elaboração do presente Portfólio Eletrônico, no formato de um blog, visando principalmente que alunos e professores sejam sujeitos do processo de construção do conhecimento, que deve se dar de forma processual e contínua.

6ª AULA (19/05/2009)


A aula desse dia foi ótima, deixando para trás as más impressões da aula anterior e também do texto.
O professor Ivan deu várias orientações sobre como deveríamos proceder na análise dos exercícios reflexivos requisitados na semana passada e já entregues para serem analisados pelas duplas.
No decorrer da aula o professor explicitou cada uma das questões referentes ao texto "Oralidade e escrita", não deixando dúvidas quanto ao conteúdo que deve estar presente em cada uma delas. Ressaltou também a importância de realizarmos uma análise crítica das questões, sem negligências, principalmente no que concerne à transcrição de trechos do texto e ainda atentarmos ao fato de que as questões estão localizadas ao longo do texto. A PARÁFRASE, recurso utilizado para explicitarmos o que entendemos do texto com nosso próprio vocabulário, foi o ponto alto da aula.
Adorei a aula, foi muito boa e nos atentou para a importância de se desenvolver bem a oralidade nas crianças, principalmente na Educação Infantil, dando maior sentido ao texto e aos pormenores sobre a oralidade nele presentes.
Como teremos que postar uma síntese das questões após terem sido analisadas e refeitas, se necessário, não explicitei aqui os pormenores de cada questão, que será feita nesse próximo momento.
Continuem acompanhando as novidades!!!


segunda-feira, 18 de maio de 2009

IMPRESSÕES DA 5ª AULA (12/05/2009)

Essa aula não foi muito enriquecedora e foi até mesmo cansativa e tensa. Me senti como uma aluna da antiga 6ª série (atual 7º ano). A proposta incial, feita na semana anterior, foi a de que discutiríamos o texto: Oralidade e escrita: perspectivas para o ensino de língua materna, de Leonor Lopes Fávero, Maria Lúcia C. V. O. Andrade e Zilda G. O. Aquino. O professor Ivan, porém mudou sua estratégia, notando que a maioria dos alunos não havia feito a leitura prévia do texto, e solicitou que desenvolvessemos em dupla um exercício reflexivo contendo 5 questões sobre o mesmo. Passamos a aula elaborando as questões, ou pelo menos, parte delas. E é claro, sendo cobrados sobre as postagens no blog.
O texto em si, apresenta pontos bastante interessantes sobre questões referentes à fala, à comunicação verbal, contudo achei o capítulo II do mesmo um tanto repetitivo e específico demais.
Após a entrega desse exercício, ele será analisado por outra dupla, que deverá fazer anotações, concordando, discordando e fundamentando. Por fim, postaremos o trabalho no blog com as devidas correções realizads.

Aguardem e confiram o resultado!!!

DESTAQUES DA 4ª AULA ( 05/05/2009)

Nessa aula continuamos a discussão do texto: Processos iniciais de leitura e escrita, iniciado na aula anterior e concluído nessa. Discutimos brevemente algumas atividades propostas pelos grupos na aula anterior. O professor destacou a importância da utilização das tecnologias da informática na alfabetização, embora pareça difícil para muitos professores, tais tecnologias oferecem inúmeras possibilidades de exploração e atividades enriquecedoras. Segue outros pontos importantes discutidos na aula.
Devemos sempre explicar para as crianças que se escreve da esquerda para a direita. Se a criança escreve de outra forma, perguntar porque ela o faz daquela maneira, conversar com ela sobre o assunto, investigar para saber o porquê.
No processo de alfabetização, a criança passa por muitos conflitos, entre eles, o conflito epistemológico, no qual, a criança associa a figura ao que está escrito próximo dela. Por exemplo:
ao lado do desenho de um coração está escrito LINDO, se preguntarmos para a criança o que está escrito provavelmente ela responderá CORAÇÃO. Numa determinada fase do processo de alfabetização, a criança começa a desvincular a imagem da palavra, começa a equilibrar (equilibração, segundo Piaget).
O jornal é uma fonte rica para exploração textual, uma vez que nele estão contidos muitos gêneros de textos. O professor deve explorar ao máximo os rótulos de embalagens.
É papel do professor encorajar, estimular a criança no processo de alfabetização, intervindo e mediando a aprendizagem. Tais fatores são primordiais para o sucesso dessa fase da vida da criança.
O professo reforçou na aula a importância da postagem das tarefas solicitadas por ele no Portfólio Eletrônico: diferença entre gêneros e tipos textuais e sugestões de atividades para atingir os objetivos propostos no texto acima referido.
Na segunda parte da aula nos dirigimos ao Laboratório de Informática, para que o professor nos passasse informações sobre a montagem e as configurações dos blogs.

Até mais!!!

SUGESTÕES DE ATIVIDADES


Segue abaixo as propostas de atividades elaboradas por mim para atingir os objetivos da leitura de diversos gêneros textuais no início da alfabetização, que estão expostos em minha postagem intitulada "REFLEXÕES DA 3ª AULA (28/04/2009)".
Tais atividades são simples, de fácil aplicação e execução e podem ser realizadas com turmas, tanto da Educação Infantil (crianças de 4 a 5 anos) quanto do Ensino Fundamental (turmas de 1º e 2º ano, crianças de 6 a 8 anos).
  • Atividade 1: Construir coletivamente listas de palavras, explorando diferentes campos semânticos. Por exemplo: lista de funcionários da escola, lista de nomes da turma, lista de objetos escolares - todas devem estar relacionadas ao cotidiano, às vivências das crianças. As listas devem ficar expostas na sala de aula de forma bem visível aos alunos, e dependendo da faixa etária eles também podem registrá-las no caderno.
Objetivos dessa atividade: - perceber os sons da língua; - reconhecer a ortografia das palavras.

  • Atividade 2: Apresentar aos alunos um texto popular, não muito longo, pode ser parlenda, quadrinha, letra de música, de preferência que eles já conheçam. Expor o texto na sala de aula e colocar também no caderno dos alunos.
Exemplo de texto (parlenda):

DEDO MINDINHO,
SEU VIZINHO,
PAI DE TODOS,
FURA BOLO,
MATA PIOLHO.



Ler durante alguns dias o texto coletivamente, apontando o dedo para as palavras enquanto o texto é repetido por todos. O professor pode também escolher alguns alunos para apontarem o texto enquanto os demais o lêem. Após todos os alunos já terem decorado o texto, entregar uma folha com as frases ou versos do texto fora de ordem, pedir que os alunos recortem e colem os fragmentos do texto, ordenando-o.

Objetivos dessa atividade: - desenvolver a compreensão na leitura; - desenvolver a memorização; - estimular a pronúncia clara dos sons.

  • Atividade 3: Na roda de leitura ler para os alunos a história "Os três porquinhos", na sua versão mais clássica. Em outras ocasiões levar versões diferentes dessa mesma história, como "Os três lobinhos e o porco mau", de Eugene Trivizas e " O diário do lobo: A verdadeira história dos três porquinhos!", de Jon Scieszka (à respeito, engraçadíssimos os dois). Após a leitura e discussão das histórias com os alunos, registrar coletivamente cada versão num blocão, a partir do entendimento dos alunos de cada história, uma espécie de recontagem. Pode-se também pedir que os alunos façam desenhos de cada uma das histórias e, ainda, elaborar coletivamente uma nova versão para a história, diferente de todas as outras, registrando-a e explorando a criatividade dos alunos.
Objetivos dessa atividade: - desenvolver a interpretação; - desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas; - comparar textos novos com textos já conhecidos.

Espero que essas atividades possam contribuir com a prática de muitos professores e com a formação de futuros educadores.



sábado, 16 de maio de 2009

GÊNEROS E TIPOS TEXTUAIS: DIFERENÇAS E RELAÇÕES


Pesquisar sobre a diferença entre gêneros e tipos textuais, o que a princípio pareceu bastante simples, acabou na verdade, se constituindo num desafio. Em minhas “andanças” por livros, textos e sites da internet, pude notar posicionamentos diversos e algumas vezes confusos sobre o assunto. Resolvi então, optar por expor no Portfólio o posicionamento que ficou mais esclarecido para mim.
No estudo de Luiz Antônio Marcuschi, intitulado “Gêneros textuais: definição e funcionalidade”, o mesmo faz uma breve conceituação de tipos e gêneros textuais, apontando que:

"a) Usamos a expressão tipo textual para designar uma espécie de construção teórica definida pela natureza lingüística de sua composição {aspectos lexicais, sintáticos, tempos verbais, relações lógicas}.

b) Usamos a expressão gênero textual como uma noção propositalmente vaga para referir os textos materializados que encontramos em nossa vida diária e que apresentam características sócio-comunicativas definidas por conteúdos, propriedades funcionais, estilo e composição característica. Se os tipos textuais são apenas meia dúzia, os gêneros são inúmeros. "


TIPOS TEXTUAIS
Narração
Descrição
Argumentação
Injunção (imposição)
Exposição

GÊNEROS TEXTUAIS
Telefonema
Carta comercial
Carta pessoal
Poema
Cardápio de restaurante
Receita culinária
Bula de remédio
Bilhete
Notícia de jornal
Bilhete
Romance
Edital de concurso
Piada
Carta eletrônica
Formulário de inscrição
Inquérito policial
História em quadrinhos
Entrevista
Biografia
Monografia
Aviso
Conto
Obra teatral

O autor destaca ainda que os gêneros textuais, que fazem parte das nossas intenções comunicativas do cotidiano, estão passíveis de serem modificados de acordo com as mudanças que se dão na sociedade. Além disso, destaca que os gêneros sempre atendem a uma função específica, ou seja, um cardápio de restaurante se destina a informar aos clientes as opções de comida e bebida oferecidas naquele estabelecimento. A partir de um gênero podem surgir outros e um gênero que está no auge hoje, pode vir a cair em desuso amanhã. Já os tipos textuais, pelo que pude entender, são mais estáticos, referindo-se à estrutura lingüística, ao modo como se estrutura a linguagem do texto e não são elaborados a partir das experiências vivenciadas por uma pessoa ou grupo.
Também é válido ressaltar que os gêneros e os tipos textuais estão intrinsecamente relacionados, e não podemos dissociá-los. Por exemplo: a carta pessoal é um gênero textual do tipo narrativo, a monografia é um gênero textual do tipo argumentativo. E há inúmeras outras relações que podemos estabelecer, uma vez que os gêneros textuais são muitos.
Bom, espero que essa postagem possa trazer contribuições aos interessados pelo assunto.

domingo, 3 de maio de 2009

REFLEXÕES DA 3ª AULA (28/04/2009)

Na aula do dia 28/04 ( terça-feira) discutimos o texto: Processos iniciais de leitura e escrita, de Rosineide Magalhães de Sousa. O texto trata de temas relevantes referentes ao processo de aquisição da leitura e da escrita. A leitura do mesmo é leve e rápida e sua linguagem é bastante objetiva. Traz exemplos de situações práticas vivenciadas por professores alfabetizadores em suas práticas de ensino. Alerta aos professores para a grande importância da utilização de materiais que fazem parte da realidade dos alunos na alfabetização, como rótulos de produtos, jornais, revistas, encartes de supermercados, folhetos, entre outros, que foram levados para a aula por alguns alunos e pelo professor, tornando a exemplificação mais concreta.
Na discussão podemos chegar a algumas conclusões, tais como:
  • a criança chega à escola trazendo consigo uma série de contatos linguísticos;
  • na fase inicial da alfabetização, a criança "trabalha" com os processos de hipótese;
  • a preparação da criança desde a Educação infantil, no que concerne à familiarização com os processos de leitura e escrita é muito importante e é uma visão que permeia o ambiente escolar desde a década de 1980;
  • é de grande relevância para o processo de alfabetização a criação de situações que levem à produção coletiva de textos em sala de aula;
  • o professor deve trabalhar inicialmente com os alunos como se dá a sequência de leitura, ou seja, da esquerda para a direita, mostrando que o dedo vai mudando de posição à medida que muda o som. Essa é uma noção de grande importância a ser adquirida pelos alunos;
  • identificar o nível de escrita em que a criança se encontra é importante para a proposição de atividades que atendam às necessidades dos diferentes níveis de escrita.
  • cada gênero textual atende a uma finalidade e ao ler cada texto para os alunos explicitar o gênero e a que o mesmo se propõe.
Após concluirmos a discussão do texto, o professor solicitou que em grupo elaborássemos propostas de atividades que atendessem aos objetivos expostos na página 11 do texto. Objetivos esses a serem alcançados com a leitura de diversos gêneros textuais para os alunos. Transcrevendo tais objetivos:
  • desenvolver habilidades linguísticas e cognitivas;
  • desenvolver a compreensão na leitura;
  • desenvolver a interpretação;
  • desenvolver a memorização;
  • comparar textos novos com textos já conhecidos;
  • perceber os sons da língua;
  • distinguir a pronúncia de alguns sons da língua, tais como: t/d, f/v, p/b, q/g que são muito parecidos;
  • estimular a pronúncia clara dos sons;
  • reconhecer a ortografia das palavras.
Em grupo propusemos as seguintes atividades:

  1. Produção de texto coletivo num blocão após alguma atividade significativa realizada, vivenciada pelos alunos;
  2. Trabalhar com receitas culinárias, destacando e explorando os ingredientes, as quantidades, as texturas dos alimentos, os cheiros e os sabores;
  3. Cruzadinhas com banco de palavras para os alunos consultarem e refletirem sobre a escrita das mesmas;
  4. Contar uma história, pedir que as crianças façam um desenho a partir da mesma e escrever ao lado do desenho o que foi desenhado (o professor escreve na presença da criança);
  5. Roda de conversa, explorando uma novidade levada pelo aluno;
  6. Construir com rótulos de embalagens levados pelos alunos, quebra-cabeça e jogo da memória.
Essa aula foi bastante proveitosa e trouxe contribuições significativas a quem já atua ou pretende atuar com turmas que vivenciam o processo de alfabetização.