sábado, 27 de junho de 2009

REFLEXÕES DA 10ª E 11ª AULA (16/06 E 23/06)



Nas aulas desses dois dias discutimos o texto: "Práticas de linguagem oral e alfabetização inicial na escola: perspectiva sociolinguística", de Erik Jacobson. O texto faz parte do mesmo livro do qual foi extraído o texto das aulas anteriores (Contextos de alfabetização na aula, de Ana Teberosky e Núria Ribeiro). O livro intitula-se Contextos de Alfabetização Inicial (imagem ao lado).
É importante ressaltar que o texto que estarei explorando nesse momento é uma ampliação do texto anterior na perspectiva do bilinguismo, temática fortemente presente no mesmo.
Dentre os pontos importantes do texto, destaquei alguns que considerei mais relevantes:
  • No convívio com a família, antes mesmo de chegarem ao ambinete escolar, as crianças sabem em que situações fazemos uso das linguagens oral e escrita e que existem locais e tempos apropriados para fazê-los. A escola deve propiciar às crianças possibilidades para que ampliem e dominem o universo da leitura e da escrita, que é bastante amplo e não se reduz à mera decodificação, como propõe uma visão tradicional de alfabetização;
  • As "múltiplas alfabetizações" referem-se às inúmeras possibilidades que a escola tem de oferecer práticas contextualizadas de leitura e escrita, uma vez que a sociedade letrada que vivemos atualmente oferece uma gama muito ampla de materiais concretos a serem explorados, materiais esses que estão de alguma forma presentes na vida dos alunos. É papel da escola e do professor perceber que situações concretas de leitura e escrita o aluno vivencia, aproveitá-las am sala de aula e ampliá-las, gerando avanços na aprendizagem da língua;
  • É importante que o professor tenha um mínimo de domínio sobre a questão da variação linguistica, a fim de que possa levá-la em consideração em suas práticas de sala de aula, demonstrando respeito por ela e abordando os diversos contextos de comunicação, mostrando, por exemplo, que na cidade se fala de uma forma diferente do interior, de um estado para o outro também existem inúmeras variações;
  • O professor deve mostrar às crianças as diferenças que ocorrem do momento da fala para o momento da escrita. As crianças no início do processo de alfabetização costumam escrever da maneira que falam, é um conflito epistemológico vivenciado por elas. Dessa forma é importante que através de situações de aprendizagem criadas pelo professor, as crianças aos poucos, dissociem essa idéia e compreendam que a escrita deve seguir uma norma padrão, ao contrário das muitas situações nas quais a linguagem oral pode se dar, inclusive no que concerne à funcionalidade da língua, que está diretamente relacionada ao contexto no qual a criança ou o adulto esteja inserido;
  • O domínio de uma determinada língua de forma oral e escrita pode se dar de acordo com a funcionalidade dessa língua e com as necessidades de cada indivíduo. O texto dá alguns exemplos para reiterar essa discussão. Um bom exemplo aqui no Brasil é a alfabetização de algumas tribos indígenas, que são alfabetizados na língua materna, devido à preservação dos costumes e da cultura e na língua portuguesa, devido ao domínio desse idioma no terrítório brasileiro. A Lei de Diretrizes e Bases, nº 9394/96 expilicita o oferecimento da educação indígena, em seus artigos 78 e 79. O artigo 78 tem bastante relação com alguns pontos abordados no texto que está sendo refletido, como podemos verificar:
"Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos:

I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências;

II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias."

Assim, podemos perceber que a oferta da educação bilíngue também é uma realidade brasileira.

  • Em alguns países do mundo e em algumas sociedades que já foram colonizadas, ou até mesmo aquelas que recebem um número muito significativo de imigrantes a alfabetização bilingue é uma realidade nem sempre fácil de ser encarada. Há também a questão de a criança ser alfabetizada numa determinada língua, mais pelo valor social dessa língua do que até mesmo pela sua utilidade;
  • As estrtégias utilizadas pelos educadores no sentido de trabalhar a oralidade dos alunos podem ser as mais diversas possíveis. O importante é que alunos e professores entendam e se façam entendidos numa conversa ou na discussão de um tema;
  • É essencial que a escola prepare seus alunos para se adequarem às diversas situações que estes poderão enfrentar na vida em sociedade, em que os mesmos precisarão fazer uso tanto da linguagem oral, quanto da escrita.
O vídeo abaixo demonstra uma situação na qual é explorada a oralidade das crianças. Gravei esse vídeo com minha turma da Educação infantil, alunos com 5/6 anos. A proposta para a gravação do vídeo surgiu de um projeto realizado em nossa escola intitulado: "Embarcando na Arca de Noé com Vinicius e Viajando pelo Mundo Animal", no qual trabalhamos além das composições de Vinicius de Moraes, as carcterísticas de alguns animais e histórias diversas sobre animais. Uma das etaps do nosso projeto consistia na contação de uma história pelas crianças da turma. Como meus alunos gostavam bastante da história "A girafa que cocoricava" e algumas alunas a recontavam muito bem oralmente, essa foi a história escolhida para ser utilizda nessa etapa do projeto. Resolvi então gravar o vídeo que mostar as alunas Sra e Gabriela fazendo o reconto da mesma. É uma situação bastante interessante, pois além de desenvolver a oralidade, propicia a interação da turma, incentiva o prazer pela leitura e coloca a criança num contexto favorável à alfabetização. Confira!!!


PRODUÇÃO TEXTUAL MESMO QUANDO AINDA NÃO SE ESCREVE CONVENCIONALMENTE: É POSSÍVEL SIM!




O bilhete acima é uma situação real de escrita. Minha aluna, Maria Eduarda, de 5 anos, da Educação Infantil pediu a sua irmã de 9 anos que já escreve de maneira convencional para escrevê-lo. Ela me disse que ela foi falando e a irmã foi escrevendo. Com esse bilhete podemos perceber o quanto a escrita está presente na vida das crianças e uma atitude como essa é de grande valia para uma criança que encontra-se em proceso de alfabetização, como Maria Eduarda. Ainda que não tenha consciência do fato, Maria Eduarda utilizou a escrita em suas práticas sociais de forma contextualizada. Uma situação como essa é um contexto de alfabetização, como nós estudamos no texto de Ana Teberoski E Núria Ribeiro, que está presente na vida da maioria das crianças nessa fase e que pode ser explorado por nós professores em sala de aula.

domingo, 21 de junho de 2009

ENTREVISTA COM EMILIA FERREIRO



"A minha contribuição foi encontrar uma explicação segundo a qual, por trás da mão que pega o lápis, dos olhos que olham, dos ouvidos que escutam, há uma criança que pensa." (Emilia Ferreiro)


A entrevista abaixo foi montada a partir de textos de Emilia Ferreiro publicados no livro "Com Todas as Letras".

ReConstruir - Como a senhora vê a alfabetização na América Latina?
Emilia Ferreiro - É difícil falar de alfabetização evitando as posturas dominantes neste campo: por um lado, o discurso oficial e, por outro, o discurso meramente ideologizante, que chamarei "discurso da denúncia". O discurso oficial centra-se nas estatísticas; o outro despreza essas cifras tratando do desvelar "a face oculta" da alfabetização.

ReConstruir - Qual é a sua opinião sobre a aprovação automática?
Emilia Ferreiro - A promoção automática tem sérios oponentes dentro e fora das fileiras do magistério: sustentam que é uma medida que leva a "baixar a qualidade do ensino" e que faz desaparecer o que seria um dos estímulos fundamentais da aprendizagem (a promoção). A contra-argumentação é evidente: não será porque a qualidade do ensino é tão má que tantas crianças não conseguem aprender? A promoção automática, por si só, não faz senão deslocar o "funil da repetência", criando, em nível de outra série do ensino fundamental, um problema novo para resolver.

ReConstruir - Sabendo que a realidade de muitos países da América Latina é o subdesenvolvimento, como fica a qualidade da alfabetização de crianças e adultos?
Emilia Ferreiro - A alfabetização parece enfrentar-se com um dilema: ao estender o alcance dos serviços educativos, baixa-se a qualidade, e se consegue apenas um "mínimo de alfabetização". Isso é alcançar um nível "técnico rudimentar", apenas a possibilidade de decodificar textos breves e escrever palavras, porém sem atingir a língua escrita como tal. Nada garante que tais aquisições perdurem, sobretudo se levarmos em conta que a vida rural nos países da região ainda não requer um uso cotidiano da língua escrita. Mais ainda: por mais bem sucedidas que sejam as campanhas de alfabetização de adultos, não há garantias de se alcançar percentagens de alfabetização altas e duráveis enquanto a escola primária não cumprir eficazmente sua tarefa alfabetizadora. Na medida em que a escola primária continuar expulsando grupos consideráveis de crianças que não consegue alfabetizar, continuará reproduzindo o anafalbetismo dos adultos.

ReConstruir - Quem é melhor de ser alfabetizado: a criança ou o adulto?
Emilia Ferreiro - De todos os grupos populacionais, as crianças são as mais facilmente alfabetizáveis. Elas têm mais tempo disponível para dedicar à alfabetização do que qualquer outro grupo de idade e estão em processo contínuo de aprendizagem, dentro e fora do contexto escolar, enquanto os adultos já fixaram formas de ação e de conhecimento mais difíceis de modificar.

ReConstruir - Quais são os objetivos da alfabetização inicial?
Emilia Ferreiro - Frequentemente esses objetivos se definem de forma muito geral nos planos e programas, e de uma maneira muito contraditória na prática cotidiana e nos exercícios propostos para a aprendizagem. É comum registrar nos objetivos expostos nas introduções de planos, manuais e programas, que a criança deve alcançar "o prazer da leitura" e que deve ser capaz de "expressar-se por escrito". As práticas convencionais levam, todavia, a que a expressão escrita se confunda com a possibilidade de repetir fórmulas estereotipadas, a que se pratique uma escrita fora do contexto, sem nenhuma função comunicativa real e nem sequer com a função de preservar informação. Um dos resultados conhecidos de todos é que essa expressão escrita é tão pobre e precária que inclusive aqueles que chegam à universidade apresentam sérias deficiências que levaram ao escândalo da presença de "oficinas de leitura e de redação" em várias instituições de nível superior da América Latina. Outro resultado bem conhecido é a grande inibição que os jovens e adultos mal alafabetizados apresentam com respeito à língua escrita: evitam escrever, tanto por medo de cometer erros de ortografia como pela dificuldade de dizer por escrito o que são capazes de dizer oralmente.

ReConstruir - Como deve ser trabalhada a leitura no processo de alfabetização?
Emilia Ferreiro - O "prazer da leitura" leva a privilegiar um único tipo de texto: a narrativa ou a literatura de ficção, esquecendo que uma das funções principais da leitura ao longo de toda a escolaridade é a obtenção de informação a partir de textos escritos. Ainda que as crianças devam ler nas aulas de Estudos Sociais, Ciências Naturais e Matemática, essa leitura aparece dissociada da "leitura" que corresponde às aulas de língua. Um dos resultados é, uma vez mais, um déficit bem conhecido em nível dos cursos médio e superior: os estudantes não sabem resumir um texto, não são capazes de reconhecer as idéias principais e, o que é pior, não sabem seguir uma linha argumentativa de modo a identificar se as conclusões que se apresentam são coerentes com a argumentação precedente. Portanto, não são leitores críticos capazes de perguntar-se, diante de um texto, se há razões para compartilhar do ponto de vista ou da argumentação do autor.

ReConstruir - A metodologia, então, deve ser mudada?
Emilia Ferreiro - A ênfase praticamente exclusiva na cópia, durante as etapas iniciais da aprendizagem, excluindo tentativas de criar representações para séries de unidades linguísticas similares (listas) ou para mensagens sintaticamente elaboradas (textos), faz com que a escrita se apresente como um projeto alheio à própria capacidade de compreensão. Está ali para ser copiado, reproduzido, porém não compreendido, nem recriado.

ReConstruir - Você afirma que a compreensão das funções da língua escrita na sociedade depende de como a família e a escola estimulam o ambiente alfabetizador...
Emilia Ferreiro - As crianças que crescem em famílias onde há pessoas alfabetizadas e onde ler e escrever são atividades cotidianas, recebem esta informação através da participação em atos sociais onde a língua escrita cumpre funções precisas. Por exemplo, a lista de compras do mercado; uma busca na lista telefônica de algum serviço de conserto de aparelhos quebrados; o recebimento de um recado que deve ser lido por outro familiar. Essa informação que uma criança que cresce em um ambiente alfabetizador recebe cotidianamente é inacessível para aqueles que crescem em lares com níveis de alfabetização baixos ou nulos. Isso é o que a escola "dá por sabido", ocultando assim sistematicamente, àqueles que mais necessitam, para que serve a língua escrita.

ReConstruir - Mas o aprendizado não deve ser feito num ambiente de criatividade?
Emilia Ferreiro - Por mais que se repita nas declarações iniciais dos métodos, manuais ou programas, que a criança aprende em função de sua atividade, e que se tem que estimular o raciocínio e a criatividade, as práticas de introdução à língua escrita desmentem sistematicamente tais declarações. O ensino neste domínio continua apegado às práticas mais envelhecidas da escola tradicional, aquelas que supõem que só se aprende algo através da repetição, da memorização, da cópia reiterada de modelos, da mecanização.

ReConstruir - Existe saída para termos uma melhor alfabetização?
Emilia Ferreiro - Com base em uma série de experiências inovadoras de alfabetização, parece viável estabelecer de maneira diferente os objetivos da alfabetização de crianças. Em dois anos de escolaridade crianças muito marginalizadas podem conseguir uma alfabetização de melhor qualidade, entendendo por isso: compreensão do modo de representação da linguagem que corresponde ao sistema alfabético da escrita; compreensão das funções sociais da escrita; leitura compreensiva de textos que correspondem a diferentes registros de língua escrita; produção de textos respeitando os modos de organização da língua escrita que correspondem a esses diferentes registros; atitude de curiosidade e falta de medo diante da língua escrita.

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Continue a leitura da Edição 67 da Revista ReConstruir.

Fonte: http://www.educacaomoral.org.br/reconstruir/entrevista_edicao_67.htm

De grande importância essa entrevista com Emilia Fereiro, um referencial quando o assunto é alfabetização. Na entrevista pontos muito relevantes referentes à educação e à alfabetização são abordados. Além disso, a autora reforça a discrepância que há entre o discurso e a prática da alfabetização no meio educacional, apontando o que realmente deve ser alcançado num processo de alfabetização significativo.

A entrevista está bastante relacionada a todos os conhecimentos que estamos vivenciando na discplina TAE de Língua Portuguesa.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

9ª AULA (09/06/2009): SOCIALIZANDO OS BLOGS


Em nossa última aula ocorreu a 1ª socialização dos blogs (Portfólios Eletrônicos). O professor Ivan dividiu a turma em quatro grupos e cada grupo separadamente ficou reunido com o professor para realizar a referida proposta, num horário previamente estabelecido.
No meu grupo, cada um falou um pouco sobre a construção do blog, as aprendizagens e as relações da teoria com a prática. O professor Ivan direcionou perguntas diferentes a cada aluna, de acordo com o desenrolar dos depoimentos de cada uma. No geral, pude perceber que, a princípio, todos tiveram uma certa resistência à proposta do Portfólio Eletrônico, mas com o desenvolvimento da mesma tudo foi ficando mais claro e até mesmo prazeroso.
Achei bastante interessante a idéia da socialização, uma vez que nos permite expor impressões, dúvidas e perspectivas sobre a vivência de uma avaliação formativa, idealizada na construção dos blogs. O professor Ivan conduziu a socialização de forma bastante clara, tranquila e objetiva possibilitando-nos um momento de reflexão e de auto-avaliação. Foi um encontro bastante enriquecedor e que distoa de todos os modelos de avaliação que vivenciei na faculdade até então.

domingo, 7 de junho de 2009

A IMPORTÂNCIA DA PRODUÇÃO COLETIVA DE TEXTOS

Esse vídeo demonstra, na prática, como se dá a produção coletiva de textos e qual o papel do professor em tal atividade. Como discutimos no texto das aulas anteriores, sobre os contextos de alfabetização, é muito importante que sejam criadas situações nas quais as crianças produzam os textos e os ditem oralmente, enquanto os adultos são os escribas. A situação exposta no vídeo se passa numa turma de 2º ano (antiga 1ª série) com alunos de diferentes níveis de escrita, como é comum ocorrer nas turmas em processo de alfabetizaçaõ. Confira!!!

8ª AULA (02/06/2009)


Na última aula continuamos e concluímos a discussão do texto: "Contextos de alfabetização na aula", de Ana Teberosky e Núria Ribeiro.
Como vimos na aula anterior é de suma importância que o professor propicie aos alunos o manuseio de diferentes suportes de textos, como livros, revistas, jornais, panfletos, encartes de supermercados, entre outros. É importante ainda que o professor proponha atividades que contemplem tais suportes, como por exemplo, a categorização, ou seja, a classificação dos mesmos, identificando a função de cada um, que atendem a uma determinada perspectiva de leirura. As crianças devem compreender que a escrita necessita de uma superfície concreta para existir, para ter função e os suportes de textos constituem-se nessa superfície. Com o manuseio constante desses suportes as crianças acabam por diferenciar os gêneros textuais pela representação tipográfica dos mesmos, ainda que não saibam ler convencionalmente, elas acabam por identificar o que é um poema e o que é uma prosa, por exemplo, que têm representações tipográficas bem distintas.
É papel do professor escolher para as suas aulas leitruras que tenham como foco as aprendizagens dos alunos. Uma estratégia interessante nesse sentido é a organização da leitura dos gêneros textuais por dias das semana, como por exemplo:

2ª feira - Textos jornalísticos
3ª feira - Poemas
4ª feira - Receitas culinárias
5ª feira- História em prosa
6ª feira - História ou outro gênero trazido pelos alunos

A organização pode variar de acordo com as necessidades de aprendizagem das turmas, e pode também ser alterada no decorrer do ano letivo. Como professora procuro utilizar essa estratégia com minhas turmas nos momentos da roda de leitura no início de cada aula e tem dado resultados significativos.
Quanto aos contextos de leitura que devem ser estar presentes no cotidiano e na sala de aula das crianças em processo de alfabetização, é importante o contexto no qual a criança observa o adulto a ler. É interessante ainda envolver a criança nesse ato, pedindo-a para que colabore no sentido de procurar nomes na lista telefônica, folhear o jornal etc., ainda que a mesma não saiba ler convencionalmente. Esse envolvimento constitui-se num estímulo para a prendizagem e o adulto ( pais, professor) deve ser um mediador, um estimulador da construção de conhecimento da criança.
No processo de alfabetizaçaõ a criança diferencia claramente o desenho da representação gráfica (escrita), ainda que a princípio não relacione adequadamente o desenho àquilo que está escrito próximo a ele, ela sabe dizer com precisão o que é desenho e o que é escrita.
Outro contexto importante na alfabetização é a demonstração de imagens e a realização de perguntas sobre a mesma, levando a criança a desenvolver o potencial de interpretação textual e trabalhando as inferências através da análise de figuras e imagens. Aos poucos, com o avanço da criança no processo de alfabetização, ela percebe que nem tudo o que está escrito é representado por imagens.
Todos os contextos de alfabetização expostos no texto são de extrema importância para a construção do conhecimento da criança no processo de alfabetização e cada um deles visa atingir um propósito específico na aprendizagem.
A leitura de textos para os alunos é de grande importância para a ampilação do vocabulário dos mesmos. Na Educação Infantil uma estratégia de grande valor nesse sentido é o estabelecimento das rodas de conversa, nas quais o professor pode explorar oralmente um texto lido ou uma imagem significativa, possibilitando às crianças exporem suas impressões e, ainda, permitir que as crianças relatem fatos de suas vidas pessoais. Essas estratégias proporcionam a ampliação do vocabulário e facilitam a exploração dos sinônimos muito presentes em nossa língua materna, inserindo novas palavras, que provavelmente serão utilizads de forma contextualizada pelas crianças. Quanto mais rico o vocabulário da criança, maior será sua facilidade de compreensão do texto. Como professora, utilizo muito as rodas de conversa e de leitura nas minhas turmas e posso perceber os avanços que elas proporcionam aos alunos.
É importante também colocar a criança no papel de produtora do texto, onde o adulto (professor ou pais) passa é o escriba. Nessa atividade de produção textual, que pode ser coletiva, o professor escreve o texto falando em voz alta a palavra que será escrita e perguntando as crianças como se escreve esta ou aquela palavra ou sílaba, trabalhando a associação grafema/fonema, fazendo com que a criança pense sobre a escrita e compreenda que a palavra é composta por partes (unidades) que se complementam e que tem sentido.
O professor deve se colocar também no papel de produtor de textos para as crianças, construindo bilhetes, avisos, histórias, mostrando a elas o texto de sua autoria e a finalidade do mesmo.Essa tarefa se constitui num estímulo para a escrita da criança. É importante também criar situações nas quais a criança escreva, confrontando-a com a própria escrita.
Ainda que pareça difícil, o uso do computador como recurso ao processo de alfabetização tem bastante relevância e acrescenta novos conhecimentos pertinentes ao universo da leitura e da escrita da criança. No teclado e na tela do computador pode-se explorar a utilização das letras maiúscula e minúscula, além de diferentes representações tipográficas, com ponto final, vírgula, ponto de interrogação etc.
A alfabetização é um processo que vai muito além da visão tradicional que se tinha há décadas atrás e que perdura ainda em algumas salas de aulas, através de professores que não ousam inovar e quepreferem continuar fazendo aqulio que lhes traz segurança. A alfabetização deve se ampliar na perspctiva do letramento, ampliação essa que é quase impossível de se obter com o modelo de alfabetização tradicional. Quanto mais contextos de desafios, de problematização o professor cria, mais ele aumenta as possibilidades de aprendizagem dos alunos.
A discussão desse texto, concomitante com os comentários do professor Ivan, foi muito importante para mim, tanto como estudante, quanto como professora, me acrescentando novos conhecimentos, teóricos e práticos, e reforçando alguns que eu já possuía. Pude aprender novas estratégias que são ótimas para serem utilizadas com meus alunos.
Ao final da aula o professor fez comentários e deu algumas explkicações sobre a socialização dos blogs na próxima semana e também sobre a auto-avaliação que termos que fazer com base nos propósitos e nos descritores do Portfólio Eletrônico.
Continuem acompanhando minha jornada por esta maravilhosa disciplina!!!






terça-feira, 2 de junho de 2009

7ª AULA (26/05/2009)


Na aula desse dia, que foi bastante proveitosa, após algumas informações sobre as análises dos exercícios reflexivos e sobre os Portfólios Eletrônicos, iniciamos a discussão do texto: " Contextos de Alfabetização na Aula", de Ana Teberosky e Núria Ribeiro, apesar de a turma ainda não tê-lo lido, pois o professor Ivan havia esquecido de nos passar essa leitura; no decorrer da aula fomos lendo e discutindo o mesmo. O texto trata da importância da existência e da criação de contextos, tanto na escola quanto no ambiente familiar, que favoreçam o processo de alfabetização das crianças, principalmente às da educação infantil. O texto faz uma abordagem sócio-construtivista do processo de aprendizagem e defende que tal processo se dá, não só na escola, mas ainda no meio social e familiar no qual a criança está inserida, assim como nas tentativas da criança de ler e escrever, ainda que não os faça convencionalmente.
Na visão tradicional do ensino na educação infantil, a criança chega à escola desprovida de conhecimentos sobre a leitura e a escrita. Tal visão é cunhada por Paulo Freire de "educação bancária", na qual o aluno que é vazio de informações, seria uma espécie de banco onde o professor deposita as devidas informações. Porém, com as novas perspectivas educacionais, sabemos que a criança, no dia-a-dia, tem um vasto contato com materiais que dão inúmeras possibilidades ao mundo da leitura e da escrita.
A criação dos contextos de aprendizagem deve estar vinculada às práticas sociais para que sejam significativos de fato e ofereçam aos alunos informações relevantes ao processo de aquisição da leitura e da escrita, uma vez que a informação só se processa quando há interação com os aspectos que a propiciam, ou seja, ambientes ricos em materiais contextualizados. Muitos contextos são de suma importância nesse processo, tendo grande destaque a manipulação dos suportes naturais, ou seja, dos materiais nos quais são veiculados os gêneros textuais, como o livro, a revista, o panfleto, o jornal, o encarte do supermercado, entre outros
. O professor deve procurar manter na sala de aula uma caixa que comporte diferentes suportes naturais e deixar bem claro para as crianças a finalidade de cada suporte.
É importante ressaltar que o nível sócio-econômico não é fator determinante e nem sempre influencia o desenvolvimento cognitivo do aluno. Mas não há como negar que a criança proveniente da classe alta ou média terá mais acesso à contextos que favoreçam a leitura e a escrita do que àquela das classes desfavorecidas. A escola, por sua vez, deve criar estratégias para suprir as desvantagens que essa criança vivencia no ambiente social e familiar.
Os gêneros textuais atendem a uma função social e o suporte natural, por sua vez, vai definir a maneira como o leitor fará determinada leitura, por isso devemos trabalhar incessantemente com as crianças a funcionalidade do suporte, fazendo perguntas do tipo: "Pra que serve o dicionário?" "E a agenda telefônica?". Devemos ainda introduzir a linguagem, os termos específicos para cada suporte, uma vez que, propicia a familiarização com o gênero textual e com a linguagem, por exemplo, "Vamos folhear o jornal.", "Procure na agenda o telefone do Gabriel.".
Na próxima aula continuaremos e concluíremos a discussão desse texto, aguardem uma nova postagem!!!